quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Será o fim?

A Globo tem registrado os piores índices de audiência das telenovelas desde os anos 70!
É, sem dúvida, a pior safra de novelas que já vi. E eu gosto de novela. Então, deve ter muita gente que gosta, como eu, e também não está aguentando assistir o que temos aí.
Negócio da China, às 18h, do Miguel Falabella, consegue ter menor audiência que Ciranda de Pedra. A tentativa de mudar o formato das novelas das 18h não está dando certo. Aliás, quem vê novela gosta de ter a opção de uma história mais leve, um bom romance água-com-açúcar de época (típico da faixa das seis).
Três irmãs, às 19h, de Antônio Calmon também vai mal. Poderia atingir um público adolescente pela temática dos surfistas, mas os adolescentes tem opções muito melhores na internet, não vale mais a pena investir nesse público.
E A favorita, inovou demais, quebrou a ordem tradicional do correr dos fatos e não tem um par romântico que envolva o público.
A Record estava indo bem na concorrência, com boas novelas, mas agora só temos aqueles mutantes esdrúxulos e os bombeiros gostosões de Chamas da Vida (ruim que só).
Tem gente falando da concorrência com outras mídias e tal.
Mas, se a novela for boa, eu não troco ela por orkut nenhum.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Eleições 2008, o que aprendemos e o que já sabíamos

À pedido, fica o meu balanço das eleições 2008. O que aprendemos e o que vimos, mas todo mundo já sabia.

1- Beleza e juventude não vencem eleição. (Adeus, Manu e Marchezan!)
2- Os porto-alegrenses ainda podem ser vistos como PT e anti-PT. (eu sei, eu sei que há controvérsias)
3- Luciana Genro não é mais uma rebelde sem causa. (10% do povo deu crédito pra ela)
4- A bolsa-creche e a passagem única do Onyx não fizeram sucesso.
5- A saúde não é prioridade. (só para os 2% do Marchezan)
6- Vereador ou é reeleito ou é um cara do povo (né, DJ Cassiá?)
7- Tem candidato a vereador que não vota em si mesmo, totaliza zero votos!
8- O Partido Verde decididamente não tem vez em Porto Alegre. (nenhuma cadeira na câmara!)
9- Quem for se candidatar a vereador, tenha certeza do seu número antes de fazer a campanha. (em Ajuricaba-RS e em Coxim-MS candidatos quase enfartaram quando viram que tinham feito campanha com o número errado e não sabiam qual era o certo!)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Porto Poesia 2008


"Festa, festival, fogueira: exposição da palavraria geral. O movimento dos barcos da expressão no cais-caos da linguagem. Fórum coletivo dos poetas no espaço da imaginação da urbe. Mostra-pajelança dos diferentes afluentes das águas da arte da palavra. Depois do primeiro evento, em 2007, este segundo virá demonstrar, discutir, remarcar e expandir o cercado de uma parcela significativa da poesia brasileira nos últimos anos."


Apesar de estar meio sem tempo, não posso deixar de passar neste evento que começa hoje e vai até dia 12 no shopping Total.

É a segunda edição do Porto Poesia que ano passado teve duração de três dias e foi no Centro Cultural Érico Veríssimo.


Agora, com uma semana de palestras, oficinas, shows, debates, etc, sua sede será num shopping. Uma idéia ótima, por sinal. Os desavisados que estiverem fazendo compras, comendo um hamburguer ou simplesmente andando baratinados por entre as vitrines poderão participar do festival e talvez pensar sobre a importância da poesia. E tudo de graça.






segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Experimento Nelson 1

Nesta quarta, dia 24, é a última oportunidade de conferir o trabalhos dos alunos do Dad, pelo Projeto Teatro, Pesquisa e Extensão da UFRGS.
A peça mistura quatro textos de Nelson Rodrigues, começando por A Serpente (1978), na qual duas irmãs discutem o casamento, tendo o sexo como elemento principal. Guida, vendo a infelicidade da irmã recém abandonada pelo marido, Lídia, propõe a esta que passe uma noite com seu marido Paulo. Lídia aceita, mas Guida torna-se obsessivamente ciumenta e passa a odiar a irmã.
Na peça do Dad, tudo isso é passado com muito humor, quando na verdade a peça escrita por Nelson tem caráter trágico.
O "Experimento" é exatamente este: a passagem do trágico para o cômico, dimensão que Nelson conferiu a toda sua obra, alcançando uma grandiosidade que o faz o melhor dramaturgo brasileiro.
Quando a platéia está extasiada com o cômico, entram novos personagens e um outro texto: Toda Nudez será castigada (1965). E aí, nada de risos. Somente o desespero e a angústia de Herculano.
Gargalhadas substituem a vontade de cortar os pulsos e a peça está só na metade.

A quem possa interessar:
Quarta-feira, 24 de setembro.
12h30 e 19h30 na sala Qorpo Santo, Campus Central da UFRGS.
Entrada franca.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mano, teu passado te condena


Até que o Mano Changes falou bem ontem no debate dos vices promovido pela Band. Fora o tique-nervoso de mexer a cabeça e o discurso vazio. Quer dizer, ele não abusou tanto das gírias e não falou em ir pra praia, tomar trago ou pegar mulher.


Mas eu lembro bem de quando ele começou na vida (se é que pode-se dizer assim) artística. Eu tinha 13 anos em 98 e a banda do Mano, Comunidade Nin-Jitsu era o maior sucesso em Porto Alegre.


Eu e minhas amigas fazíamos de tudo para não perder o show deles, subornar irmãos mais novos, inventar desculpas esfarrapadas aos pais, usar identidade falsa. Tudo pra ouvir aquele som e cantar junto: Merda de bar!... Tive! Tive! Detetive! Meu pai é detetive!...


A grande recompensa era ser chamada ao palco para dançar: São nove meses, são nove meses, explode a barriga e lá vem o meu guri! (isso mesmo, explode!) Era bom demais.


Gostávamos do Mano, mas o nosso preferido era o guitarrista Fredi Endres.

Na verdade, o Mano Changes já era gordo e um pouco nojento. Ainda mais quando cantava: Você é meu benzinho, eu sou teu benzão, então vamos lá pra casa, pra fazer sucção! Imaginem eu e minhas amigas virgens ouvindo isso.


Uma vez inesquecível foi quando o Mano se jogou na galera. Estávamos no canto do palco e quando olhamos lá pro meio... Ué? Onde está o Mano? Cena clássica do filme Escola de Rock.

E quando ele dava entrevista na rádio: Mano, e aí como vai ser o show? Resposta: Grande presença! Mano, que tu achou do Planeta? Resposta: Grande presença!

É louco pensar que o cara que cantava: Ah! Eu tô sem erva! pode vir a ser vice-prefeito, não dá pra sequer imaginar..


Mano, o teu passado te condena!

E o meu também.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Otto Desenhos Animados


Muito bacana a exposição em homenagem aos 30 anos da produtora de Otto Guerra, cineasta gaúcho, criador de Wood & Stock, Sexo, Orégano e Rock'n'roll.

A mostra é uma retrospectiva dos desenhos animados produzidos desde os anos 80 no Brasil, quando o trabalho era manual (aliás, tem acetatos originais pintados a mão).


Depois descobri que no site da produtora (http://www.ottodesenhos.com.br/) dá pra assistir a vários filmes.


A figura é da animação Novela (1992) que conta com os temas clássicos de uma boa novela como o amor proibido, o núcleo pobre e cômico, o núcleo grãn-fino, o magnata que é fotografado aos beijos com uma amante e termina assim: "Este filme foi baseado em fatos verídicos que acontecem no Brasil de segunda à sábado há mais de 25 anos!"


A exposição é de 02/09 a 14/09/2008 - de terça a sábado, das 13h30 às 18h30; domingo, das 14h às 18h30 no Museu do Trabalho.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

De volta "tudo pelo social"


Segunda-feira, dia 1º, está de volta no Vale a pena ver de novo a novela Mulheres Apaixonadas de Manuel Carlos (2003). Como de praxe, o autor traz diversas discussões sobre problemas sociais. Lembremos de Laços de Família e a personagem Camila que sofria de leucemia, ou Páginas da Vida e a Helena da vez que adotou um negro e uma menina com síndrome de down.

Pois bem, em Mulheres Apaixonadas Maneco se superou: lesbianismo (Aline Moraes e Paula Picarelli nos papéis de Clara e Rafaela), violência doméstica (as raquetadas e Rachel), violência urbana (a personagem de Vanessa Gerbeli assassinada num assalto em pleno Leblon), alcoolismo (Vera Holts, em brilhante atuação), câncer, padre assediado (Padre Pedro), mulheres que amam demais (a personagem de Giulia Gam picoteando as roupas do marido), preconceito contra mulheres que se relacionam com homens mais novos (o filho do Jorge Furtado, quem disse que ele era ator?) , preconceito contra idosos, ufa!

Ainda teve campanha de vacinação com os velhinhos (Carmem Silva e Oswaldo Louzada) hostilizados pela neta (Regiane Alves, no papel de Dóris).

Cenas marcantes: raquetadas na personagem de Helena Ranaldi (Rachel) pelo marido Marcos (Dan Stulbach) , a surra que Dóris leva do pai (Marcos Caruso), além da humilhação no hall de um hotel; e, claro, a morte de Fernanda (Vanessa Gerbeli)- o duro é aguentar a pequena Salete (Bruna Marquezine) chorando a novela inteira.