domingo, 29 de junho de 2008

Por que um livro vende?

Na quinta-feira passada, a obra eleita para ser discutuda no Siminário Direito & Literatura foi o best-seller O caçador de pipas.

Muitos pontos interessantes foram levantados pelo professor Antônio Sanseverino (UFRGS), mas um ponto em especial me fez sair da palestra satisfeita: O que faz de O caçador de pipas um fenômeno de vendas?

A partir disso, o debate foi da lista dos mais vendidos ao processo da redenção humana.

Claro, um leitor quer uma leitura de boa aceitação, é natural que consulte a listagem dos mais vendidos. Mas um leitor também quer prazer, busca a catarse através da literatura e, para que a obtenha, uma boa história deve falar de culpa, medo, fraquezas e outros sentimentos que todos temos.

Em O caçador de pipas, Amir (o narrador-personagem) passa pelos piores dramas de um homem, comete erros (um fatídico e outros menores) e, mesmo assim, consegue a salvação moral.

Portanto, o leitor de Khaled Hosseini ao conhecer a história do menino de Cabul terá a comprovação de que aquele que peca também alcança a redenção.

Mas temos que lembrar que os leitores ainda não conhecem esta história quando compram o livro, e daí a rasa explicação da lista de mais vendidos.

Então, por que um livro vende?

Ao primeiro que encontrar a resposta, sucesso e milhões!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A novela mutante


A Favorita vai muito mal. Mas tentar assistir aos Mutantes da Record está difícil.


Sim, é uma novela inovadora, como nunca existiu, uma atitude louvável.

Muitos efeitos especiais que, apesar de tudo, não são tão ruins.


Mas, por que deixar tão a desejar no roteiro?


A novela não faz meu tipo, mesmo assim posso analisar a trama e infelizmente concluo que não é possível acompanhar os Mutantes.


O enredo se resume a: bonzinhos contra malvados. Tem coisa mais retrógada em se tratando de novela? De que adianta, então, personagens mutantes?


Um diálogo que assisti entre um menino-lobo e um homem-escoporpião (mais ou menos assim):


Menino: Por que você quer me matar?

Homem: Eu não quero, eu vou!

Menino: Mas por que lutar, se podemos ser amigos?

Homem: Eu vou acabar com você e com essa raça de mutantes do bem!!

Menino: Mas por que a guerra se podemos ter a paz?

Homem: Você vai ver, vou acabar com você e vai ser agora!

Menino: Mas por que o ódio se existe o amor?



Troquei de canal.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Pantanal: ver enquanto há tempo!


Desde o dia 6 no SBT está passando a novela Pantanal. Num momento morno da teledramaturgia, Silvio Santos tomou uma atitude aplaudida pelos amantes de novelas. Mas, a chance de rever Pantanal pode durar pouco.


Assim como Xica da Silva, a novela Pantanal foi exibida pela primeira vez na rede Manchete e já é motivo de briga na justiça por direitos autorais. Como a autoria é de Benedito Ruy Barbosa (Renascer, O Rei do Gado e Terra Nostra), a rede globo acha que detém os direitos de transmissão. Mas Silvio comprou as fitas num leilão da Tv Manchete e, por enquanto, pode exibí-la.


A reprise de Pantanal é oportuna no momento em que a televisão está passando. Esta foi a primeira novela que conseguiu abalar o monopólio global em 1990, quando a Globo transmitia Rainha da Sucata e perdeu os sonhados 40 pontos no IBOPE. Desde então, só nos últimos anos, a rede Globo está tendo problemas com a concorrência, graças ao trabalho da Record.


No elenco Cláudio Marzo, Cristiana Oliveira, Marcos Winter, Jussara Freire, Paulo Gorgulho, Sérgio Reis...).


Na foto, a selvagem Juma (Cristiana Oliveira).



segunda-feira, 16 de junho de 2008

Museu Iberê Camargo e o não convite a conhecê-lo


Avenida Beira-rio, bem na curva do estaleiro, rumo à Zona Sul, à beira do Guaíba. Este foi o local escolhido para erguer os três andares de concreto branco que hoje se transformaram no maior museu de Porto Alegre.


Uma homenagem ao pintor expressionista de maior prestigio no Rio Grande do Sul que não admitia descaso como obras de arte, dizendo que suas telas não tinham guarda-chuva (para se protejer das goteiras de outros museus).


Pena que este o estilo Bunker do museu tenha dado uma aparência tão pouco convidativa. Aliás, muito feia.


Pena que os idealizadores do projeto (que demorou seis anos para ser concluído) não tenham pensado nos visitantes que moram perto dali e não têm ao menos calçada para chegar até o museu.


Uma pena que tenham pensado tanto no estacionamento (pago, é claro) e não tenham pensado numa parada de ônibus (a mais próxima fica a umas duas quadras) e tampouco numa faixa de segurança para pedestres (lembrando que a instalação está construída exatamente em uma curva!).


Guy de Mapassant, Alexandre Dumas e outros intelectuais fizeram um manifesto contra a torre Eiffel, alegando que o lugar mais bonito da torre era lá dentro, da onde não era possível enxergá-la. Qualquer semelhança com este museu, não é mera coincidência.


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sex and the City: Show de rótulos

Até quando vai existir a necessidade de se compreender as mulheres? Até quando vai se dizer que as mulheres são incompreensíveis? E até quando vão ser criados rótulos para as mulheres?

Peço desculpas às fãs, mas vocês hão de concordar: Sex and the City é mais um fenômeno de rotulação das mulheres.

A questionadora, a romântica, a sarcástica, a caçadora... tem pra todos os gostos. Não acho incomum que as mulheres se identifiquem com pelo menos um destes tipos.

Até aí tudo bem, mas dizer que assim se define a mulher moderna, já é demais.

Fora os preconceitos reforçados: a mulher fala demais, pensa demais, sonha demais, ama demais, sofre demais, consome demais, gasta demais....

E pior: Sex and the City (e "a invenção da mulher moderna") é reportagem de capa da revista Época. E eu li.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Mix Bazaar imperdível


Neste fim de semana (8 e 9 de junho) no Cais do Porto acontece mais uma edição do Mix Bazzar.


Além dos shows, workshop e expositores, vai rolar mais um desfile Bazaar de Talentos, um concurso com trabalhos de estudantes de moda.


No domingo, às 19horas vamos conferir os looks criados pela estilista Thais Carolina (minha prima!) inspirados no sambista Cartola.


No ano do seu centenário, Cartola recebe esta humilde homenagem em peças que reciram a atmosfera carioca do Morro da Mangueira e do samba de raiz.


(A foto é um dos croquis)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Alair Gomes - o voyer


O Voyer Alair Gomes (1921-1992) transformou a sua tara (homo) sexual em arte. As fotografias que estão expostas na Usina do Gasômetro até 6 de junho mostram aquilo que o artista via da sua janela de frente pro mar no Rio de Janeiro das décadas de 70 e 80.

Entrei por acaso na galeria e me senti privilegiada por poder compactuar daquele ato criminoso.

As séries sequenciais (em especial as de sessões de alongamento e ginástica) dão uma impressão muito bacana de animação.


Um brinde ao zoom!