segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Experimento Nelson 1

Nesta quarta, dia 24, é a última oportunidade de conferir o trabalhos dos alunos do Dad, pelo Projeto Teatro, Pesquisa e Extensão da UFRGS.
A peça mistura quatro textos de Nelson Rodrigues, começando por A Serpente (1978), na qual duas irmãs discutem o casamento, tendo o sexo como elemento principal. Guida, vendo a infelicidade da irmã recém abandonada pelo marido, Lídia, propõe a esta que passe uma noite com seu marido Paulo. Lídia aceita, mas Guida torna-se obsessivamente ciumenta e passa a odiar a irmã.
Na peça do Dad, tudo isso é passado com muito humor, quando na verdade a peça escrita por Nelson tem caráter trágico.
O "Experimento" é exatamente este: a passagem do trágico para o cômico, dimensão que Nelson conferiu a toda sua obra, alcançando uma grandiosidade que o faz o melhor dramaturgo brasileiro.
Quando a platéia está extasiada com o cômico, entram novos personagens e um outro texto: Toda Nudez será castigada (1965). E aí, nada de risos. Somente o desespero e a angústia de Herculano.
Gargalhadas substituem a vontade de cortar os pulsos e a peça está só na metade.

A quem possa interessar:
Quarta-feira, 24 de setembro.
12h30 e 19h30 na sala Qorpo Santo, Campus Central da UFRGS.
Entrada franca.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mano, teu passado te condena


Até que o Mano Changes falou bem ontem no debate dos vices promovido pela Band. Fora o tique-nervoso de mexer a cabeça e o discurso vazio. Quer dizer, ele não abusou tanto das gírias e não falou em ir pra praia, tomar trago ou pegar mulher.


Mas eu lembro bem de quando ele começou na vida (se é que pode-se dizer assim) artística. Eu tinha 13 anos em 98 e a banda do Mano, Comunidade Nin-Jitsu era o maior sucesso em Porto Alegre.


Eu e minhas amigas fazíamos de tudo para não perder o show deles, subornar irmãos mais novos, inventar desculpas esfarrapadas aos pais, usar identidade falsa. Tudo pra ouvir aquele som e cantar junto: Merda de bar!... Tive! Tive! Detetive! Meu pai é detetive!...


A grande recompensa era ser chamada ao palco para dançar: São nove meses, são nove meses, explode a barriga e lá vem o meu guri! (isso mesmo, explode!) Era bom demais.


Gostávamos do Mano, mas o nosso preferido era o guitarrista Fredi Endres.

Na verdade, o Mano Changes já era gordo e um pouco nojento. Ainda mais quando cantava: Você é meu benzinho, eu sou teu benzão, então vamos lá pra casa, pra fazer sucção! Imaginem eu e minhas amigas virgens ouvindo isso.


Uma vez inesquecível foi quando o Mano se jogou na galera. Estávamos no canto do palco e quando olhamos lá pro meio... Ué? Onde está o Mano? Cena clássica do filme Escola de Rock.

E quando ele dava entrevista na rádio: Mano, e aí como vai ser o show? Resposta: Grande presença! Mano, que tu achou do Planeta? Resposta: Grande presença!

É louco pensar que o cara que cantava: Ah! Eu tô sem erva! pode vir a ser vice-prefeito, não dá pra sequer imaginar..


Mano, o teu passado te condena!

E o meu também.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Otto Desenhos Animados


Muito bacana a exposição em homenagem aos 30 anos da produtora de Otto Guerra, cineasta gaúcho, criador de Wood & Stock, Sexo, Orégano e Rock'n'roll.

A mostra é uma retrospectiva dos desenhos animados produzidos desde os anos 80 no Brasil, quando o trabalho era manual (aliás, tem acetatos originais pintados a mão).


Depois descobri que no site da produtora (http://www.ottodesenhos.com.br/) dá pra assistir a vários filmes.


A figura é da animação Novela (1992) que conta com os temas clássicos de uma boa novela como o amor proibido, o núcleo pobre e cômico, o núcleo grãn-fino, o magnata que é fotografado aos beijos com uma amante e termina assim: "Este filme foi baseado em fatos verídicos que acontecem no Brasil de segunda à sábado há mais de 25 anos!"


A exposição é de 02/09 a 14/09/2008 - de terça a sábado, das 13h30 às 18h30; domingo, das 14h às 18h30 no Museu do Trabalho.